
O 62º Salão de Frankfurt, maior feira automotiva do mundo, que abre ao público na próxima quarta-feira (13), tem um lema que, em inglês, possui duplo sentido: See what's driving the future, ou "Veja o que está impulsionando o futuro", sendo que o segundo verbo pode ser trocado por "dirigindo" (como se faz com um carro)।E o que está "impulsionando o futuro", aparentemente, é a necessidade de mudar os rumos físicos do planeta -- que, a julgar pelos mais recentes relatórios ambientais confiáveis, divulgados no começo deste ano, está à beira de um cataclisma। A indústria automobilística, responsável pela fabricação de uma das máquinas mais poluentes que funcionam por aqui, o carro, parece ter sentido o puxão de orelha.Daí a 62ª edição do salão (em alemão, Internationale Automobil-Ausstellung, ou IAA) reunir tantos lançamentos, protótipos e conceitos pouco poluentes, especialmente os híbridos, movidos a (pouco) combustível fóssil em conjunto com propulsores a bateria.






MINUTOS EM DISPUTA
O Salão de Frankfurt abre na terça-feira (11) só para a imprensa, com uma maratona de entrevistas concedidas por representantes das marcas espalhados pelos ambientes do centro de eventos de Frankfurt, cidade que é o coração financeiro da Alemanha.
É tanta gente para falar que os horários se sobrepõem. A maior parte das marcas terá apenas 15 minutos (entre elas, VW, Bentley, Audi, Skoda, Ford, Jaguar, Mazda, Fiat, Ferrari, Peugeot e Citroën), enquanto as "caseiras" BMW e Mercedes-Benz terão a deferência de 30 minutos cada logo na abertura, mesmo tempo concedido à General Motors e à Chrysler.
No dia 12, as entrevistas têm um viés tecnológico e reúnem, por exemplo, fabricantes de partes e peças de carros. A abertura à visitação geral acontece na noite do dia 13 -- e daí até o dia 23 o Salão de Frankfurt, que existe há exatos 110 anos (embora a estréia, em 1897, tenha sido em Berlim) tentará provar que pode mesmo fazer alguma diferença na balança da desconfortável oposição entre progresso e meio ambiente. E muita gente deverá conferir isso in loco: na edição anterior, de 2005, cerca de 950 mil pessoas passaram pelo salão.
Audi, BMW, Mercedes-Benz e Porsche estão na berlinda, até porque seus luxuosos carros são, em média, muito maiores, mais pesados e mais gastadores que os da concorrência, porque feitos com foco no conforto e desempenho exigidos por clientes que não se importam em gastar mais para encher o tanque freqüentemente. Isso faz com que esses carros sejam menos adaptáveis a eventuais novas (e rigorosas) legislações sobre emissões poluentes. Talvez numa mostra de boa vontade, por exemplo, a Porsche deve exibir no evento uma versão híbrida de seu utilitário esportivo (e gigante) Cayenne.Segundo um analista citado pela revista Forbes, "a indústria automotiva alemã vai reconhecer, nesse salão, que a tecnologia híbrida não é passageira. O principal tema será o meio ambiente, especialmente a emissão de CO2, por meio da redução no consumo de combustível".O evento é organizado pela institução que equivale à Anfavea da Alemanha, a Verband der Automobilindustrie (VDA).Alguns carrosNa veia do "menos é mais", algumas fábricas vão exibir em Frankfurt carros pequenos, na verdade ainda conceitos. A japonesa Suzuki leva o Splash (do comprimento de um Ford Ka), e a coreana Nissan deve mostrar um conceito que transporta três pessoas (com assentos dispostos em leque, da frente para trás) e o Micra Colour + Concept, para duas pessoas.Entre os carros mais tradicionais que serão exibidos em primeira mão em Frankfurt estão o Porsche 911 Turbo GT2, o novo Renault Laguna, o esportivo Peugeot 308 RC-Z, o Kia Pro_cee'd (exibido como protótipo em salões anteriores), o Bentley Continental GT Speed (o mais rápido da família) e o BMW Série 1 Coupé.Fora tudo isso, há um bom número de carros preparados (ou tunados), muitos deles na própria Alemanha.
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