
Harold filma bem e escolheu um ótimo diretor de fotografia para auxiliá-lo. As lentes de Russell Carpenter, de Titanic e True Lies, criam uma atmosfera cheia de texturas e meio envelhecida - algo que gera um interesse especial aos cenários do hospital, onde boa parte do filme transcorre.


Lá pela metade do filme, quando começa o transplante (filmado com todos os detalhes escorregadios), começam também os problemas (ou não) da história.
A grande justificativa da trama é o fato do protagonista passar por um caso raro, mas real, de consciência durante a cirurgia, compreendendo, paralisado, tudo o que se passa ao redor (e exageradamente sentido dor, algo que não ocorre nos casos reais). Durante essa consciência ele descobre uma conspiração para matá-lo - e não pode fazer nada a respeito.
O curioso é que essa idéia central ao filme é sub-utilizada - Harold resolve toda a conspiração paralelamente, Clay não tem qualquer participação na resolução... então por que deixá-lo sabendo do risco que sua vida corre? A idéia é usada apenas para que o operado relembre seu passado enquanto preso dentro de sua mente, o que acaba resolvendo um grande trauma de infância. O problema é que tal trauma não foi suficientemente trabalhado no início - daí a dúvida... seria essa uma solução genial do roteirista (afinal, ele segue no caminho oposto do esperado) ou um tremendo erro na história?
Com apenas um filme no currículo será difícil responder a essa pergunta. Joby Harold precisa de um segundo filme para provar de que lado está: dos cineastas despertos ou dos medíocres anestesiados.
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